Feirantes fecham vias em protesto contra abandono das obras do Mercado do Guamá na manhã desta segunda-feira (8)

Com a obra paralisada há mais de dois anos, trabalhadores fazem intervenção e exigem mudanças em espaço improvisado, precário e sem condições de higiene, afetando vendas e dignidade.

Crédito: Gabriella Monteiro/ Portal Tv BPM

Mais uma vez, o abandono do Mercado do Guamá, também chamado de Complexo do Guamá, fez ecoar a revolta dos feirantes de Belém. Na manhã desta segunda-feira (8), comerciantes interditaram o cruzamento da Avenida José Bonifácio com a Barão de Igarapé-Miri, um dos pontos de maior fluxo do bairro, paralisando o trânsito em pleno horário de pico. O objetivo era claro: chamar a atenção do poder público para a situação que se arrasta há mais de dois anos.

A obra de reforma do mercado, anunciada como solução para revitalizar o espaço e oferecer melhores condições aos trabalhadores e à população, está paralisada desde então. Nesse intervalo, os feirantes foram deslocados para uma feira provisória na Travessa Mucajá, ao lado de um canteiro de obras abandonado. O espaço, porém, está longe de ser solução: improvisado, sem estrutura adequada, com problemas graves de higiene e presença de ratos e insetos.

A precariedade afeta diretamente o bolso e a dignidade de quem depende do mercado. Sem infraestrutura que atraia clientes, as vendas despencaram e muitos feirantes acumulam prejuízos. Não por acaso, os protestos se repetem: em abril e setembro de 2025 já havia sido registrado o mesmo movimento, com as mesmas cobranças, sem respostas concretas.

É impossível não reconhecer a legitimidade dessa mobilização. Quando um mercado público deixa de ser espaço de encontro, abastecimento e cultura para se tornar símbolo de descaso, toda a cidade perde. A questão não é apenas de comércio, mas de saúde pública, identidade e respeito ao trabalhador.

A obra precisa ser retomada e concluída. Não há mais espaço para promessas vazias. O Guamá, bairro pulsante de Belém, merece de volta um mercado à altura de sua história e de seu povo.

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