Lula se reúne com o Papa Leão XIV, fala sobre desigualdade e convida o Pontífice para a COP30 na Amazônia

Em agenda no Vaticano, o presidente destacou o papel do Brasil no combate à fome, defendeu uma fé comprometida com os pobres e reforçou o convite para que o Papa participe da conferência climática em Belém.

Crédito: Ricardo Stuckert/PR

Em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viveu um daqueles encontros que unem política, fé e simbolismo. Na manhã desta segunda-feira (13), ele e a primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja), foram recebidos pelo Papa Leão XIV, no Vaticano. O diálogo, segundo Lula, foi mais do que uma reunião de Estado, foi uma conversa entre dois líderes que enxergam na fé uma ferramenta de transformação social e justiça.

Conversamos sobre religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo, escreveu o presidente em suas redes sociais.

Lula aproveitou a visita oficial à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em Roma, para discutir com o pontífice temas como a desigualdade global, as guerras, os conflitos territoriais e o combate à fome, bandeira que ele tenta recolocar no centro da política internacional.

Um diálogo sobre fé e desigualdade

Nas redes sociais, Lula compartilhou detalhes da conversa. “Conversamos sobre religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo”, escreveu. O presidente contou que parabenizou o Papa pela Exortação Apostólica Dilexi Tedocumento em que Leão XIV enfatiza o amor pelos mais pobres como fundamento da fé cristã.

Para Lula, a mensagem do Vaticano é uma bússola ética para o mundo contemporâneo:

“Precisamos criar um amplo movimento de indignação contra a desigualdade. Esse documento deve ser lido e praticado por todos”, afirmou.

O presidente também fez questão de relembrar nomes históricos da Igreja brasileira, como Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara e Pedro Casaldáliga, que marcaram sua trajetória política e pessoal desde os tempos das Comunidades Eclesiais de Base.

O Brasil fora do mapa da fome

Lula aproveitou a audiência para reforçar os avanços sociais de seu governo, lembrando que o Brasil, em dois anos e meio, voltou a sair do Mapa da Fome e agora lidera a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa que pretende levar o tema ao centro do debate internacional.

“Estamos levando essa pauta ao mundo, porque não há paz possível enquanto milhões ainda passam fome”, destacou o presidente.

Convite para Belém e o recado da Amazônia

Outro ponto de destaque foi o convite para que o Papa participe da COP30, a conferência climática que será realizada em 2026, em Belém do Pará. Lula ressaltou o simbolismo de promover o encontro “no coração da Amazônia”, um dos biomas mais estratégicos para o futuro do planeta.

Por conta do Jubileu, o pontífice informou que não poderá comparecer pessoalmente, mas garantiu representação oficial do Vaticano no evento. Segundo Lula, o Papa manifestou o desejo de visitar o Brasil “em momento oportuno”.

Fé e política caminham juntas

Ao final, o presidente conectou o encontro ao sentimento religioso que tomou conta do Brasil nos últimos dias, com o Círio de Nazaré, em Belém, e o Dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro.

“Ficamos felizes em saber que sua Santidade pretende visitar o Brasil. Será recebido com o carinho e a fé do nosso povo”, escreveu Lula.

Em meio a guerras, tensões econômicas e desastres climáticos, Lula tenta costurar uma diplomacia que une espiritualidade e justiça social, convidando o mundo a olhar para a Amazônia não apenas como um tema ambiental, mas como um símbolo da sobrevivência coletiva.

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