Morre Angela Ro Ro, ícone irreverente da MPB, aos 75 anos

Cantora e compositora deixa legado marcado por autenticidade, intensidade poética e pioneirismo ao assumir sua sexualidade em uma época conservadora. 

Crédito: Divulgação

Angela Maria Diniz Gonçalves, a eterna Angela Ro Ro, morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, no Rio de Janeiro (RJ). A cantora estava internada desde 17 de junho no Hospital Silvestre, onde passou 21 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), enfrentou complicações respiratórias, foi intubada e chegou a realizar uma traqueostomia. De acordo com informações apuradas, a artista sofreu uma parada cardíaca após quadro infeccioso e não resistiu.

A morte foi confirmada pela ex-namorada da cantora, Laninha Braga que estava cuidando de Angela e pelo produtor Paulinho Lima, que revelou que Angela havia passado por um procedimento cirúrgico no último fim de semana. Apesar das dificuldades de saúde, a artista voltou a falar no início de agosto e chegou a lançar um site para receber doações, em meio a uma fase de fragilidade financeira.

Sem aposentadoria e vivendo com cerca de R$ 800 mensais em direitos autorais, Angela recorreu mais de uma vez à ajuda de fãs e amigos para custear despesas médicas e de sobrevivência.

Uma voz marcante da MPB

Angela Ro Ro despontou na década de 1970 e rapidamente se firmou como um dos nomes mais expressivos da música popular brasileira. Sua voz potente, unida ao estilo irreverente e às composições intensas, conquistou público e crítica com sucessos como Amor, Meu Grande Amor, Compasso e Fogueira.

A artista lançou mais de 10 discos e construiu parcerias importantes com nomes como Maria Bethânia e Cazuza, sempre mantendo uma identidade artística autêntica.

Pioneira ao assumir publicamente sua homossexualidade em uma época de forte conservadorismo, Angela se consolidou como referência de coragem e liberdade na música brasileira. Sua trajetória influenciou gerações de artistas e deixou marcas profundas na cultura nacional.

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