Lula diz que não ligará a Trump sobre tarifas, mas para convidá-lo à COP30

 Presidente critica “tarifaço” dos EUA, defende o Pix e afirma que Brasil recorrerá à OMC.

Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (8) que não pretende telefonar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir as tarifas de 50% impostas sobre produtos brasileiros. Em vez disso, disse que fará contato para convidá-lo a participar da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém.

“Eu não vou ligar para o Trump para conversar nada porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para convidar para a COP30 e saber o que ele pensa da questão climática”, declarou Lula, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), em Brasília.


O “tarifaço” anunciado em julho, que entra em vigor nesta quarta-feira (6), foi justificado pelos EUA com a alegação de práticas comerciais “injustas” ligadas ao sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix. Lula rebateu, classificando o Pix como patrimônio nacional e referência internacional, e ironizou: “Gostaria que o presidente Trump fizesse uma experiência com o Pix nos Estados Unidos. Se ele usar, vai ver que é moderno”.

O presidente também criticou a influência de grandes empresas de cartões de crédito sobre a decisão americana e anunciou que o Brasil responderá oficialmente ao governo dos EUA sobre o tema em 18 de agosto. Entre as medidas previstas, estão ações na Organização Mundial do Comércio (OMC) e um plano de contingência para reduzir o impacto econômico e social das tarifas.

Setores produtivos e sindicais reforçaram o alerta. A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas pediu atenção especial aos pequenos produtores, lembrando que frutas como manga, uva, melão e mamão têm os EUA como destino-chave. Já as centrais sindicais cobraram políticas de inovação, investimento e preservação de empregos, articulando diálogo com entidades internacionais.

Ao final, Lula defendeu a soberania brasileira e disse esperar que a União Europeia mantenha uma relação “respeitosa” nas negociações do acordo com o Mercosul. “Parceria sólida se constrói com benefícios mútuos”, afirmou.

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