COP30: Ilha do Combu terá primeiro cinema flutuante do Brasil
No próximo dia 17 de agosto, a Ilha do Combu, a apenas 1,5 km do centro de Belém, será palco de uma experiência inédita no país: o primeiro cinema flutuante do Brasil. O evento “Cine Pororoca: Cinema Flutuante nas Águas do Combu” reunirá moradores, educadores, estudantes e lideranças comunitárias em uma programação que une arte, cultura e reflexão sobre justiça climática e energética na Amazônia.
Organizado pela Aliança de Juventude por Governança Energética, o encontro marca o Dia Internacional da Juventude (12 de agosto) e busca projetar a realidade da comunidade para além das margens do rio, aproveitando a visibilidade da COP30, que acontecerá em Belém em novembro deste ano.
Uma ilha às escuras
Apesar de sua proximidade com a capital paraense e de ser uma Área de Proteção Ambiental (APA) de grande relevância ecológica e turística, a Ilha do Combu ainda enfrenta sérios desafios de acesso à energia elétrica. Menos de 30% de seus cerca de 1.500 moradores têm ligação regular à rede, dependendo, na maioria dos casos, de geradores a diesel ou ligações improvisadas. A precariedade energética afeta diretamente o funcionamento de escolas, unidades de saúde e atividades produtivas.
Programação nas águas
Das 16h às 22h, a programação do Cine Pororoca promete movimentar a comunidade:
Competição de Cartazes – Juventudes em Criação: estudantes de 12 a 18 anos vão produzir cartazes com o tema “Clima, Energia e Ilhas”, avaliados por um júri comunitário.
Rabataco – Corrida de Rabetas: tradicional disputa entre embarcações da região, celebrando a vida nas águas.
Rabeta Mais Bonita: premiação para as rabetas mais criativamente decoradas.
Ato “Luz para Todos”: moradores acenderão velas em suas embarcações, criando um cenário simbólico de esperança.
Cinema Flutuante: exibição noturna de filmes e vídeos sobre justiça energética, clima e juventudes, em estrutura montada sobre as águas.
Vozes da juventude
A Aliança de Juventude por Governança Energética, responsável pela iniciativa, atua nas regiões Norte e Nordeste para promover uma transição energética justa, popular e ecológica. A organização já publicou estudos e cartas públicas sobre desigualdade no acesso à energia em territórios periféricos e tradicionais.
Segundo os organizadores, o evento quer “dar luz” no sentido literal e simbólico às condições de vida no Combu. “Queremos que a COP30 olhe para as comunidades que vivem às margens da cidade, mas que estão no centro das questões ambientais e energéticas”, destaca a coordenação da Aliança.
Com a expectativa de atrair olhares da sociedade civil e do poder público, o Cine Pororoca pretende deixar como legado não apenas um marco cultural, mas também um passo a mais na luta pela dignidade energética na Amazônia.
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