Suspensão do Projeto de Lei que Multava Doações de Alimentos a Moradores de Rua em São Paulo

Nesta sexta-feira (28), a tramitação do Projeto de Lei 445/2023, que previa a aplicação de multa de R$ 17.680 para quem descumprisse regras relacionadas à doação de alimentos a moradores de rua em São Paulo, foi suspensa.

O texto, que estabelecia protocolos e diretrizes para a distribuição alimentar, havia sido aprovado pela Câmara de Vereadores de São Paulo na quarta-feira (27) e ainda aguardava votação em segundo turno para ser levado à sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O autor do projeto, vereador Rubinho Nunes (União Brasil), explicou que a suspensão tem como objetivo "ampliar o diálogo com a sociedade civil, ONGs e demais associações, buscando aprimorar o texto para atender plenamente à finalidade do projeto".

Desde o início, a proposta visava ampliar a distribuição alimentar, otimizar as doações, evitar desperdícios e, principalmente, acolher as pessoas em situação de rua e vulnerabilidade, proporcionando a elas oportunidades de melhoria, dignidade e higiene ao se alimentarem.

Detalhes do PL:

-As regras do projeto se aplicariam a Organizações Não Governamentais (ONGs), entidades assemelhadas e qualquer cidadão que desejasse doar alimentos.

-Além da obrigatoriedade do uso de crachás de identificação, o texto estabelecia protocolos para a doação de alimentos pelas ONGs, incluindo:

  • Regularidade da razão social
  • Atualização do quadro administrativo
  • Obrigatoriedade de zeladoria urbana
  • Autorização da Secretaria Municipal da Subprefeitura
  • Autorização da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
  • Cadastro atualizado de voluntários e pessoas em situação de vulnerabilidade social

-Para pessoas físicas, as regras incluíam a obrigatoriedade de zeladoria urbana. Isso significava que era necessário promover a limpeza do local e oferecer uma estrutura adequada, com mesa, cadeira, talheres, pratos e copos ao oferecer os alimentos.

Vereador sob investigação:
Rubinho Nunes está sendo investigado em um inquérito da Polícia Civil de São Paulo que apura se o vereador cometeu crime de denunciação caluniosa na tentativa de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o padre Júlio Lancellotti.

No final de 2023, Nunes protocolou um pedido de abertura de uma CPI para investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam no centro de São Paulo, incluindo as atividades do padre Júlio Lancellotti.

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