Censura Digital e Segurança Nacional: O Impacto Global das Restrições ao TikTok



Em uma análise recente das políticas globais de censura e restrição digital, observa-se uma tendência crescente de governos em regular o acesso a aplicativos de mídia social, particularmente o TikTok, em meio a preocupações com segurança e propaganda.

Na Rússia, a censura se manifesta na proibição de conteúdos que contradigam a narrativa estatal sobre a invasão da Ucrânia. Já na China, o controle é ainda mais rígido, com o bloqueio do aplicativo em dispositivos não chineses, limitando os usuários à versão local do software.

Incidentes de conflito armado também resultaram em suspensões temporárias do TikTok. Em 2020, o Azerbaijão restringiu o acesso ao aplicativo durante o agravamento das tensões com a Armênia sobre a região disputada de Nagorno-Karabakh. No Senegal, a plataforma foi banida após a prisão do líder da oposição Ousmane Sonko.

A preocupação com a segurança nacional levou a restrições específicas para funcionários do governo em vários países. Atualmente, 16 nações, a maioria na Europa, proíbem a instalação do TikTok em dispositivos governamentais. Nos Estados Unidos e Canadá, a proibição para funcionários federais data do início de 2023, com políticas similares adotadas por vários estados americanos.

Em março de 2023, uma onda de democracias ocidentais, incluindo Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Holanda e Noruega, instruiu seus funcionários a desinstalarem o aplicativo. Na Dinamarca, a restrição se aplica apenas aos membros do Ministério da Defesa, enquanto na Letônia afeta os do Ministério do Exterior. O Parlamento Europeu excluiu o app de seus dispositivos oficiais desde setembro.

Na Alemanha, o debate está em curso entre os partidos da coalizão governamental – o Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP) – sobre a regulamentação ou proibição do TikTok em celulares de funcionários públicos. A oposição conservadora, União Democrata Cristã (CDU), defende um banimento total do aplicativo. Por enquanto, não há restrições em vigor no país, embora a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, tenha utilizado a plataforma com sucesso para alcançar o eleitorado jovem.

Essas medidas refletem uma crescente conscientização sobre os riscos potenciais associados ao uso de plataformas de mídia social por entidades governamentais, bem como uma resposta às implicações de segurança nacional que tais aplicativos podem acarretar.